TRÂNSITO DE JUIZ DE FORA - UM DESAFIO DE SEMPRE
Juiz
de Fora, assim como a maioria das médias e grandes cidades,
passa por desafios relacionados ao trânsito. Quero retornar ao tema que abordei
em 2010, no informativo dessa entidade de alta relevância para o futuro de
nosso município. Naquele ano, fizemos uma pesquisa com 387 consumidores para
sabermos as principais carências que os mesmos possuíam quando vinham ao centro
da cidade. Dos entrevistados; 38,1% apontaram "áreas de
estacionamento"; 15,7% "segurança" e 14,2% "ampliação das
calçadas". A pesquisa sinalizou, entre outros pontos, que construções de Edifícios
Garagens Rotativos eram necessárias. As construções desse tipo, no
triângulo compreendido entre as avenidas Rio Branco, Independência e Getúlio
Vargas - atualmente é vetada pela Lei de Uso e Ocupação do Solo (Lei nº
7.726/1990). Pois bem, o que aconteceu nesses dois anos? Crescimento da
frota de veículos, motocicletas e aumento considerável do número
de ônibus, devido a abertura de novas linhas.
As grandes e médias cidades que não estão investindo no fomento e
incentivos à construção de Edifícios Garagens, no centro comercial
ou em seu entorno, estão propícias a enfrentar sérios problemas. Algumas
cidades, através de seus representantes, preferem focar apenas em medidas
paliativas e de grande responsabilidade futura, como o incentivo à
população, por meio de campanhas, a vir ao centro da cidade de
ônibus, bicicleta, ou utilizando outro mecanismo, que não seja o carro; e
a criação de normas para que veículos só possam transitar nos dias
de semana conforme, por exemplo, o final de sua placa. Esses representantes
esquecem que uma das prioridades do brasileiro, e isso creio com poucas
possibilidades de mudanças, tão logo sua renda aumente, é comprar o tão sonhado
automóvel. Que essas campanhas, apesar de importantes, tem seu efeito alcançado
em longo prazo. Infelizmente, não percebem a distorção existente entre
aquilo que seria ideal, para o que realmente acontece. Contudo, outras
cidades já visualizaram esse futuro e estão viabilizando o caminho para
essas edificações.
Todo ano são inseridos na frota de Juiz de Fora mais de 5.000 veículos novos.
Somados aos já existentes, não escaparemos dos vários viadutos que terão que
ser construídos para diminuir os grandes congestionamentos nas principais
ruas da cidade. A cada dia que passa, o desafio fica mais difícil de ser
vencido pelo governante de nossa cidade. Temos que aproveitar o fato de
ainda existir um número considerável de áreas para estacionamentos no
centro ou próximo a ele. É necessário o incentivo, com determinadas
isenções a esse tipo de construção, pois o que está acontecendo, hoje, é a
"perda" dessas áreas para outras edificações mais rentáveis.
Quanto à estratégia de mais pessoas utilizarem ônibus para ir e vir, é
necessário haver planejamento para que a cidade possua, também, ônibus
seletivos e/ou que os legisladores criem mais regras na legislação do município
visando proporcionar mais conforto aos usuários dos mesmos. É fato que nossa
cidade possui uma frota de ônibus nova e bem cuidada, sendo inclusive, um
diferencial nacional. Entretanto, como nas demais cidades brasileiras, sem
conforto. Com essas medidas, os usuários de veículos podem se motivar a vir ao
centro de ônibus, mas isso não acarreta um aumento no valor da
passagem? Se, simultaneamente, houvesse uma revisão nas
"gratuidades", por força de lei municipal e naquelas denominadas de
"costume", tenham certeza que as passagens não aumentaríam.
Outro ponto diz respeito aos terminais, que precisam
existir, justamente para evitar a vinda ao centro da
cidade, dos ônibus, repetidas vezes. Entretanto, é preciso fazer o trajeto,
"terminal a terminal", dando qualidade e atenção, não só à
estrutura do mesmo, como também ao tempo que o usuário espera pelo
ônibus. Outra questão, não menos importante, é o parquímetro, um sistema
eletrônico para uso de estacionamento em área pública, que pode ser facilmente
auditado e garante total integridade de informações e de receita,
proporcionando agilidade ao usuário, caso não encontre, em tempo hábil, o
atendente da área azul.
Devemos ser inovadores e zelar pelo futuro das próximas gerações. Juiz de Fora
merece que tenhamos atitudes para que a mesma continue sendo referência nos
serviços, investimentos, qualidade de vida e, especialmente, no seu trânsito.