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Juiz de Fora, Minas Gerais, Brazil
- Presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora - 1º Vice-Presidente da FECOMÉRCIO-MG - Conselheiro Efetivo do SENAC/MG e SENAC/NACIONAL - Conselheiro do COIND/MG - Bacharel em Direito - Bacharel em Administração de Empresas - Empresário do Comércio

domingo, 15 de abril de 2012

PALAVRA DO PRESIDENTE MARÇO/ABRIL

Dados do SEBRAE/RAIS apontam que em Minas Gerais existem mais de 672.000 micro e pequenas empresas. Além disso; 99,3% das empresas do estado são MPEs e empregam 57% da mão de obra. A mesma pesquisa sinaliza que 52% dessas empresas estão no comércio e 31% no setor de serviços.
O Comércio do varejo e serviços é o caminho mais fácil para os novos empreendedores, por exigir em alguns casos, capital mais baixo que em outros negócios. Grande parte desses empreendimentos é de origem familiar e, em seu começo, para suprir a eventual necessidade de funcionários, acaba tendo maior envolvimento de familiares. A grande maioria das empresas comerciais que estão no mercado há mais de 20 anos, foi formada com essa participação familiar.
Existem alguns incentivos para que micro e pequenas empresas possam continuar os seus negócios e assim participar do mercado com um pouco mais de competitividade. Mas por que não existem tantas empresas no comércio de tamanho médio? Uma das respostas está na percepção da inexistência de incentivos para que essas empresas saiam da posição de micro e pequenas, para se tornarem maiores.
O desafio de qualquer empresa, no começo, é sair da posição de pequena e almejar outro horizonte. Então em tese, deveria haver incentivos ainda maiores para se alcançar mais desenvolvimento, visto que por consequência, aumentaria a solidez da empregabilidade. Acontece que ser médio nesse país é muito difícil, pois as obrigações são maiores e os incentivos praticamente não existem.
Ser médio no nosso país é como atravessar um rio, com o objetivo de alcançar a outra margem para se tornar grande, mas sem a menor certeza do sucesso de chegar do outro lado, pois falta praticamente tudo para essa viagem. Ser médio em nosso país é ter mais coragem, determinação e vontade. Pois como disse, não existem incentivos financeiros ou reduções de tributos. É por isso que não existe interesse em ser médio no comércio, são poucos os que se aventuram.
Na indústria, o perfil é diferente, pois há chance de estar entre os médios e chegar a ser grande. Isso por diversas razões. Entre elas está o maior interesse dos governos em incentivar o desenvolvimento do setor secundário. Afinal, a indústria traz mais resultados, pois apesar de estarem fixadas em um determinado município, suas vendas, através da produção, são mais abrangentes e o caminhar da economia da cidade não influi no faturamento e empregabilidade da mesma, pois seu alcance, como disse, atravessa as fronteiras do município. Além disso, gera empregos para que a cidade não fique vulnerável com sua própria oscilação econômica.
Quando uma cidade é pequena, abriga uma série de pequenos e médios empresários no centro da cidade. Quando a cidade cresce e se desenvolve, é preciso uma decisão do empresário médio, que naquele momento era até considerado grande: recuar e fazer parte dos pequenos ou conseguir mais recursos para avançar e concorrer com os grandes, de fato, que virão. Mas como conseguir os recursos a juros baixos, com condições que só os grandes conseguem? Como receber incentivos de menor tributação como os pequenos possuem? Como concorrer com essas forças adversas? Diante disso, a decisão da maioria dos empresários médios é obvia: recuar, ou dependendo de seu tamanho, dividir sua empresa em diversas “EPP’s”.
Para se ter uma boa estrutura de comércio, é necessário passar pelas três fases do desenvolvimento das empresas: pequeno, médio e grande. Um comércio que não obedece essa sequência não possui o elo que nos motiva a crescer.
Espero e torço para que os governos comecem um processo de maior interesse pelo setor terciário, concedendo incentivo e motivação para as empresas do comércio, o que trará mais solidez ao mercado e contribuirá com a geração de mais empregos. Temos que começar a mudar a rota da história do comércio. O negócio não é “ser pequeno” é ser “médio” para continuar o sonho de ser “grande”.

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