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Juiz de Fora, Minas Gerais, Brazil
- Presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora - 1º Vice-Presidente da FECOMÉRCIO-MG - Conselheiro Efetivo do SENAC/MG e SENAC/NACIONAL - Conselheiro do COIND/MG - Bacharel em Direito - Bacharel em Administração de Empresas - Empresário do Comércio

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

PALAVRA DO PRESIDENTE - JANEIRO 2011

Neste editorial, dirijo-me, em especial, aos (as) empresários (as) do comércio do varejo, atacado e serviços de nossa cidade. Gostaria que pudessem dispensar um pouco de seu tempo com a leitura do mesmo. São pensamentos de um dirigente sindical e creio que eles possam convidá-los a refletir sobre o assunto.
Antes de ter consciência da importância que uma instituição representava dos empresários do comércio possui - no caso em questão do Sindicato e do Sistema Federativo - e das várias formas de intervenção no cotidiano das empresas que ela oferece, sejam estas de que porte for, pensava que apenas o ato de pagar a contribuição que sustentava o sistema sindical já fosse suficiente. Era a minha cota parte. Tinha em mente que esse negócio de associativismo não era minha preocupação. O importante era concentrar e dirigir esforços somente no meu negócio.
Tinha um conceito errado do Sindicato. Pensava que a instituição servia apenas para resolver assuntos de interesses individuais de alguns empresários. Não me tocava que o sistema “S” (SESC-SENAC), mantido e administrado por empresários do comércio, existia para promover ações e qualificações próprias para os nossos colaboradores e que seria de grande valia utilizar destas ferramentas.
Hoje sei que estava na contramão dos novos tempos. São importantes o crescimento e o sucesso individual no mundo empresarial, contudo, a visão coletiva como um todo do processo é imperativa para o crescimento como empreendedor.
Li, certa vez, uma frase que dizia: “cada direito gera um dever”. Só podemos ter o direito de reclamar de alguma coisa se tivermos o dever de estar compromissado com a mesma.
No final transcrevo uma sátira do que é a pura falta de pensamento no coletivo, pois o mundo acaba nos impulsionando aos interesses individuais. O que não percebemos é que não são só de
vitórias e sucesso individual que vive um ser humano. Ainda mais quando participamos de um segmento que optamos para nosso caminho profissional.
O texto abaixo serve para uma reflexão: “seremos cegos se não tivermos movimentos coletivos, pois estaremos fracos diante daqueles que já enxergaram o poder de estarem juntos”.

Comportamento individualista em uma entidade associativa

01. Jamais compareça a uma reunião ou assembleia da ENTIDADE. Diga que não tem tempo e convide alguns que iriam a fazer uma programação menos estressante;
02. Se comparecer, faça questão de chegar atrasado;
03. Sempre que possível, encontre defeitos na ENTIDADE ou em seus
membros;
04. Jamais aceite convite de ser um diretor da ENTIDADE, é mais fácil criticar estando fora das decisões;
05. Mesmo assim, reclame se não for convidado para exercer algum cargo;
06. Se for consultado em qualquer assunto, diga que não tem opinião formada. Depois, comente como deveriam conduzir os membros da ENTIDADE diante das difi culdades;
07. Nos momentos de maior angútia, não faça nada e afi rme que a ENTIDADE é dirigida por um “pequeno grupo”;
08. Jamais pague suas mensalidades e contribuições. Inclusive divulgue, exaustivamente, aos seus companheiros para não contribuir;
09. Não receba noticias por e-mails da ENTIDADE, exija o descadastro para não receber, alegue que está congestionando a caixa de entrada. Não se esqueça: receber por FAX, nem pensar;
10. Não divulgue o sucesso de sua ENTIDADE. Sempre que puder, aponte seus erros;
11. Quando os eventos forem organizados, não participe. Se possível, faça severas críticas;
12. Quando os eventos não forem organizados, divulgue que a ENTIDADE acabou!
13. Se você mudar o endereço ou telefone, não avise. Mantenha esta informação em segredo e depois reclame que não toma conhecimento de nada e está sendo marginalizado;
14. Se você deseja liderar uma ENTIDADE, candidate-se a presidente. Se for derrotado, diga que houve fraude na eleição;
15. Caso se eleja presidente, faça de sua posição um balcão de negócios privados e interesses próprios;
16. Caso você não esteja no centro das decisões, espalhe que sua ENTIDADE está em decadência;
17. Não leia qualquer informativo da ENTIDADE. Rasgue, ou melhor, queime para eliminar qualquer chance de outros lerem e se influenciarem;
PRONTO. A ENTIDADE ESTÁ COMO VOCÊ DESEJA: EM VIAS DE DISSOLUÇÃO.

PALAVRA DO PRESIDENTE - FEVEREIRO 2011

“A Carteira de Trabalho, pelos lançamentos que recebe, configura a história de uma vida. Quem a examina logo verá se o portador tem um comportamento aquietado ou versátil; se ama a profissão escolhida ou ainda não encontrou a própria vocação; se andou de fábrica em fábrica como uma abelha ou permaneceu no mesmo estabelecimento, subindo a escala profissional. Pode ser um padrão de honra. Pode ser uma advertência”.
Com este texto de Alexandre Marcondes Filho, enunciado em muitas carteiras de trabalho, é que faço minhas considerações a respeito das contratações dos colaboradores.
Era comum os empresários, antes de contratar o futuro colaborador, examinar em sua carteira de trabalho o bom tempo que o mesmo prestou serviço nas empresas, o que permitia conhecer sua “estabilidade”, critério extremamente importante que influía na escolha do novo colaborador.
Hoje, já não se encontra esse profissional com facilidade. Acredito ser por diversos fatores que tal situação acontece. Oportunidades maiores no mercado, escolarização e especialização no crescimento profissional são alguns. Mas, sem dúvida, em meu entendimento, o que promove a falta dessa estabilidade, como fator principal, é o seguro desemprego.
Este foi efetivamente concedido a partir da regulamentação do Decreto-lei nº 2.284, de março de 1986. Procedimento justo, porém desigual, pois se baseia no tempo trabalhado e nos vencimentos, sem considerar a idade do trabalhador.
O seguro desemprego deveria passar por um estudo de reforma. Hoje o que vemos é um disparate visível de injustiça ao trabalhador de mais idade. O trabalhador de mais de 40 anos, com certeza, demora mais tempo para ingressar no mercado de trabalho que um de 20. No entanto, ambos possuem o mesmo tempo do referido seguro. Ou seja, tempos iguais do beneficio, representando poucotempo para uns e muito tempo para outros. Deveria haver uma tabela gradual de tempo de beneficio de seguro dependendo da faixa etária do trabalhador.
Um profissional de até 30 anos deveria possuir um período de seguro mais reduzido, pelo pró prio fato de empregabilidade mais farta e rápida. Em contrapartida, os profissionais com faixa etária superior deveriam ter estendido o tempo do referido beneficio.
Não é uma regra, mas é comum constatarmos em CTPS de colaboradores jovens o registro de mais de três empregos, com duração de 12 meses, ou um pouco mais, em um período de cinco anos de trabalho.
São notadamente visíveis os intervalos de um emprego para outro do aproveitamento de todo o tempo do beneficio.
O seguro desemprego precisa ser justo e bem empregado para reduzir os “profissionais do seguro desemprego”, que ficam um pouco mais de um ano em uma empresa e logo provocam sua saída para usufruírem o máximo do tempo do beneficio. Proporcionar um tempo mais dilatado do seguro aos profissionais de mais idade, trazendo assim mais igualdade, pois esses não se atrevem a ficar utilizando desse artifício.
Também é assim, com a reforma trabalhista que se arrasta nas intenções de “prioridades” dos governos há tantos anos. Todos sabem que o trabalhador poderia ganhar extremamente mais se não houvesse tantos encargos para as empresas.
Finalizando, creio que enquanto os políticos não são iluminados a corrigir a injustiça mencionada, o melhor é que as empresas que estão à procura de colaboradores mais estáveis, porque tempo de treinamento representa dinheiro, revejam seus critérios e procurem dar mais oportunidades de trabalho àqueles com mais de 35 anos.